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Como escolher o melhor sistema construtivo para sua obra

  • Foto do escritor: Fernanda Martins | Arquiteta e Urbanista
    Fernanda Martins | Arquiteta e Urbanista
  • 14 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 15 de ago.

Decisão baseada em contexto: produto, região e objetivos do projeto


Construir é muito mais do que erguer paredes — é tomar decisões estratégicas desde os primeiros passos do projeto. Entre elas, a escolha do sistema construtivo é uma das mais relevantes e, ao mesmo tempo, uma das menos compreendidas.

A verdade, é que não existe um sistema “melhor” em termos absolutos. Existe o mais adequado ao seu contexto. A escolha impacta prazo, custo, qualidade, manutenção e até a liquidez do imóvel. Este guia traz uma visão técnica e acessível para apoiar a decisão — sem promessas fáceis, com foco em critérios claros e comunicação entre cliente, arquiteto e equipe.


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1) Critérios que realmente importam


Prazo & previsibilidade: velocidade de execução e risco de paralisações.

Custo total: preço de construir + custo de operação/manutenção.

Fornecedores e mão de obra locais: disponibilidade e experiência na região.

Industrialização & modulação: precisão, repetição e tolerâncias.

Flexibilidade futura: possibilidade de adaptar usos e layouts.

Desempenho & conformidade: térmico, acústico, fogo e atendimento às normas.

Logística & canteiro: acessos, içamentos, armazenamento e resíduos.


Nota: as normas técnicas (como as de desempenho e as específicas de cada sistema) orientam requisitos e boas práticas. Segui-las reduz risco e melhora a percepção de qualidade do produto final.

2) Visão geral dos principais sistemas (prós, atenção e quando considerar)


Concreto moldado in loco

  • Prós: robustez, flexibilidade formal, mão de obra ampla.

  • Atenção: prazos sujeitos a cura/clima; canteiro mais “úmido”.

  • Quando considerar: formas variadas, mercados com equipes tradicionais consolidadas.


Pré-moldado de concreto

  • Prós: velocidade, precisão dimensional, canteiro limpo.

  • Atenção: exige modulação e logística de transporte/içamento definidas cedo.

  • Quando considerar: obras repetitivas, vãos maiores, prazos curtos.


Alvenaria estrutural

  • Prós: boa relação custo/tempo em tipologias repetitivas.

  • Atenção: menor flexibilidade para mudanças tardias; instalações precisam de planejamento.

  • Quando considerar: habitação e edifícios baixos/médios com plantas padronizadas.


Estrutura metálica (aço) + lajes mistas

  • Prós: montagem rápida, grandes vãos, precisão.

  • Atenção: proteção a fogo/corrosão e detalhamento de ligações.

  • Quando considerar: corporativos, mezaninos, ampliações e retrofits.


Light Steel Frame (LSF)

  • Prós: obra a seco, leve, rápida e precisa.

  • Atenção: requer projeto executivo detalhado e mão de obra treinada.

  • Quando considerar: residenciais/comerciais leves com cronograma apertado e acesso sensível.


Wood Frame / Madeira engenheirada (CLT/MLC)

  • Prós: obra a seco, conforto térmico, montagem rápida; apelo de sustentabilidade.

  • Atenção: cadeia de suprimentos e detailing contra umidade/ruído conforme o clima e o uso.

  • Quando considerar: residenciais e corporativos de média altura onde a cadeia está madura.


Modular volumétrico (offsite)

  • Prós: industrialização máxima e prazos curtíssimos.

  • Atenção: transporte/guindastes, limites de customização, planejamento antecipado rigoroso.

  • Quando considerar: hotéis, clínicas e habitação com alta repetição e urgência.


Drywall (vedações internas) — complemento aplicável a vários sistemas

  • Prós: rapidez, acústica por camadas, manutenção simples.

  • Atenção: detalhes em áreas úmidas e encontros.

  • Quando considerar: interiores, retrofits e obras com necessidade de agilidade.


3) Como decidir de forma simples (passo a passo)


  1. Defina objetivos do produto: para quem, por quê e com quais metas de prazo/custo.

  2. Pese os critérios acima (ex.: prazo e fornecedores podem ter peso maior).

  3. Compare 2–3 sistemas finalistas frente aos critérios, já pensando em modulação.

  4. Valide a cadeia local: visitas, prazos de entrega e garantias.

  5. Compatibilize cedo (arquitetura, estrutura e instalações) e trave decisões antes das compras.

  6. Comunique: mantenha um canal único para dúvidas e mudanças — cliente, arquiteto e executores na mesma página.


4) Erros comuns (para evitar)


  • Escolher só por R$/m² sem olhar prazos, logística e manutenção.

  • Decidir tarde, sem modulação e sem compatibilização.

  • Ignorar lead times críticos (esquadrias, painéis, aço, madeira engenheirada).

  • Subestimar proteções (fogo, corrosão, umidade) e detalhes de encontro.

  • Não documentar o impacto de mudanças em custo e prazo.


Conclusão: O melhor sistema é aquele que alinha produto, região e objetivos — com projeto coordenado, compatibilização e comunicação efetiva entre cliente, arquiteto e executores. Assim, a obra ganha previsibilidade, reduz retrabalhos e chega ao mercado com mais força.


Quer comparar alternativas para o seu projeto? Fale conosco.

 
 
 

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Criado por Fernanda Martins Arquitetura

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